26 de jan. de 2011

Questão Polêmica: O mangá está saturado no Brasil?

Sou fã de animê e mangá, mas acima de tudo, fã da cultura japonesa em geral. Não é porque sou “nikkei” (descendente de japonês) que curto cultura japonesa, mas é porque sua rica história e tradição milenar me encantou muito e durante minha estadia no Japão; então, fiquei deslumbrado com o arquipélago japonês.

Mas, voltando ao assunto. Eu me lembro muito bem quando “Cavaleiros do Zodíaco” estreou no Brasil no começo dos anos 90 e começou a febre dos desenhos japoneses aqui no Brasil, apesar de já passar por aqui “A Princesa e o Cavaleiro”, “Pequeno Príncipe”, “Piratas do Espaço”, entre outros... antes de CDZ.

A questão é que após o início da febre, começou a aparecer muitos fãs de CDZ e, consequentemente, fãs de mangás e desenhos japoneses. A partir daí começaram a aparecer outros animês, como Yuyu Hakushô, Dragon Ball, Sailormoon, Guerreiras Mágicas de Rayerath, etc... A extinta TV Manchete era recheada de programações com os animês. Depois, SBT e Band também começaram a investir nos animês. Até a Globo, com sua programação reservada, resolveu adquirir episódios de Dragon Ball para passar na sua TV Globinho.

Ao mesmo tempo, começaram a rechear de “mangás brasileiros” nas bancas, e versões originais de mangás traduzidos para o português. Um dos mangás que curti bastante foi “Vagabond”, da saga do samurai Miyamoto Musashi. Até hoje, em qualquer banca de jornal, você consegue achar fácil fácil vários mangás.

E não é só isso. Os eventos de animês, mangás e games são cada vez mais presentes em diversas cidades do Brasil, a começar com São Paulo e sua edição anual de “Anime Friends”, onde se reúne fãs de carteirinhas, curiosos e até artistas japoneses para encontro de amostras de animês, mangás, palestras sobre o assunto, oficinas de desenhos, concursos de cosplays, músicas pop-japonesas (J-Pop) e "stands" de diversos games. E sempre tem um artista japonês para fazer um show. O cantor Akira Kushida, famoso por cantar os temas de Jaspion, Jiraya, Jiban e outros tokusatsus (super-heróis japoneses) sempre bate ponto no evento.

Enfim, é a febre da cultura pop japonesa invadindo o Brasil e na minha opinião, vai durar por um bom tempo.

Entretanto, o que me chateia é que desenhos originais da época dos anos 80 e 90 começam a ressurgir nos dias atuais de forma “mangarizado”. Recentemente, o ótimo desenho “Thundercats”, sucesso dos anos 80 e 90 foi revitalizada, mas com traços estilo “animê”. Claro, o original Thundercats tinha algum traço oriental, pois muitos japoneses trabalharam em conjunto com o desenho norte-americano, mas esse atual está meio desfigurado com relação ao original e os norte-americanos desenharam claramente os personagens com traços de mangá. Na foto abaixo, os personagens ficaram aquém pro meu gosto. Parece que agora é moda "mangarizar" tudo que tiver.

Thundercats Original


Novo Thundercats

Aliás, não é só Thundercats que “mangarizou”. Vejo traços de mangás também em outros como “Novos Titãs”, “Ben 10”, “As Aventuras de Jackie Chan”, “Três Espiãs Demais” e até turma da Mônica versão Jovem (mas este acho que ficou bom). Acho que os norte-americanos se renderam perantes os traços japoneses. Hoje em dia, tudo quanto é “cartoon” e “comics” têm traços de mangás. Na minha opinião, acho que isso extrapolou a essência original do desenho japonês e está deixando de lado, tradições originais de desenhos daquela época. É como comer um sushi de goiabada e queijo, ou de manga com morango. (urgh!!) Ou seja, os gringos “reinventam” pratos originais para fazerem suas variações (Vide Power Rangers).


Uma coisa que acho curioso: Os japoneses até hoje vendem produtos e gashapons (bonecos) de Dragon Ball Z e ainda é um sucesso tremendo, apesar de ter mais de 20 anos de existência. Já aqui no Brasil, já não faz mais tanto sucesso atualmente desde que lançaram o animê por aqui. Se bem que lá no Japão, apesar de eles lançarem toneladas e toneladas de animês e mangás, muitos acabam no esquecimento com o passar do tempo. Acho que isso também é a nova cultura atual do “descartável”. Lançam coisa nova aos montes para depois acabarem no “limbo”. O negócio é lançarem, sem se preocupar muito com o conteúdo em si. Se fizer sucesso, beleza. Se não, joga fora. E isso também serve para filmes, seriados e músicas atuais.

Bom, coloco abaixo um print-screen dos comentários revoltosos com relação ao novo desenho dos Thundercats, na qual, foi minha inspiração para este post. Será que o auge da febre dos mangás no Brasil está se atenuando??

7 comentários:

  1. Olá Ocho!!!

    Também notei que esse estilo “mangarizado” está invadindo tudo quanto é lugar. Já existem até versões de animê dos filmes “Star Wars” e do seriado americano “Supernatural”.
    Sobre a questão dos comentários revoltosos, recentemente li no twitter várias críticas das pessoas daqui do Brasil sobre a adaptação americana em live-action do cultuado dorama/filme “Death Note”.
    O pessoal não poupou “elogios” e soltou o verbo. Se for mais uma daquelas adaptações de filmes no estilo “Dragon Ball” estaremos perdidos rs. Realmente eles só querem ganhar dinheiro em cima disso, e não está nem aí para o resto.

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  2. Sim, eu vi alugns comentários sobre o novo Death Note versão americano. Nem espero muito disso. Fico mesmo com o mangá e o movie japonês.

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  3. Yoo!
    Eu sei que tem algum lado ruim, mas acho bom algo como mangá ser disseminado. Essa arte anda em processo de extinção e não é só por culpa dos americanos. O salario nessa profissão é muito baixo daí alguns mangakas acabam migrando para a gringolândia. De qualquer forma no Nihon a coisa está feia de criatividade e a fórmula das histórias está ficando saturada. A gente aqui está caçando coisas novas direto, mas não acha nada que preste.
    Se o mangá morrer por lá é bom que outros lugares possam continuar, mesmo que de maneira adaptada ao gosto do freguês.
    No fim das contas eu também vou entrar na categoria dos gringos que estão reinventando. Aguarde pelo meu mangá, tehhe.

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  4. Bom, o mangá morrer no Japão acho quase impossível.

    O que me chateia é que a arte dos antigos desenhos é que está morrendo, tomando a arte do mangá no lugar (nada contra o mangá). O He-Man novo, por exemplo, ficou horrível.

    Opa. lance logo aê seu mangá, porque o negócio tá fraco atualmente, tehehe.

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  5. Agora invadindo o seu espaço Ocho, rs. É impressão minha, ou você está assistindo “Nodame Cantabile”? É um dos meus doramas preferidos. Mas até hoje não vi a continuação. Adoro a seriedade do Chiaki e as trapalhadas da Nodame. Casal perfeito!

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  6. Estou assistindo a versão em animê de N.C.. A versão Live Action ainda não vi, mas vou começar a assistir em paralelo com o animê. Esse casal é estranho, mas bem divertido. ^^

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  7. tbm sou fã de desenhos joponeses quando criança era viciada com a emissora que transmitia os desenho foi extinta o fantismo foi se acabando

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