31 de mar. de 2010

Afinal, o que é competência?

Por Roberto Shinyashiki

Em certa ocasião, durante quase seis meses procurei um gerente para um negócio que eu estava abrindo. Surgiam candidatos com currículos sensacionais, além do que conhecidos me indicaram pessoas com históricos fantásticos. Mas, na hora da entrevista, não me empolgava com ninguém.

Conversando com amigos especialistas da área, chegamos à conclusão que faltavam – e ainda faltam − pessoas competentes no mercado de trabalho.

Chegamos à conclusão de que poucas pessoas souberam dar o salto qualitativo para ser bem-sucedidas no mundo empresarial de hoje. Os currículos mostram o que estudaram, mas não o que aprenderam. O que fizeram, mas não o que serão capazes de fazer.

Então, na hora da entrevista de emprego, falta apresentar o que não está nesse resumo profissional: o compromisso com metas e a predisposição para enfrentar obstáculos, por exemplo. Falta um brilho no olhar, algo que as empresas de recolocação não ensinam como conseguir.

Esse tal brilho, só os candidatos que esbanjam atitude têm. Para provar que você é um desses, acho importante mostrar-se interessado e informado sobre a empresa na qual pretende trabalhar. Pesquise quem é ela, visite seu site, demonstre iniciativa e curiosidade.

Também tome cuidado com o que diz procurar no novo emprego a que está se candidatando. Está querendo menos responsabilidades, menos correria e menos cobrança? Tenha certeza de que, dessa forma, só dará tiro para fora do alvo. Em qualquer lugar que atuar, terá de apresentar resultados e, para isso, precisará assumir responsabilidades e tudo mais que vier no pacote.

Há alguns anos, dei uma palestra no Nordeste. Após a exposição, uma participante veio conversar comigo. Disse que, ao me ouvir falar, concluiu que a pequena cidade onde morava não tinha espaço para seus sonhos. Percebi que minhas palavras serviram de motivação para ela. Passado algum tempo, quando a reencontrei, a moça já era assistente de marketing numa empresa em São Paulo. Hoje, é chefe do departamento. E me contou que está treinando para ser palestrante.

Ser competente não é apenas sair fazendo todos os cursos caros que encontrar, embora desenvolver conhecimentos e habilidades seja uma obrigação do profissional atual. É também, e principalmente, esbanjar garra para chegar aonde quer. É ter atitude.

O que fazer para chegar lá? Tenha prazer de investigar o desconhecido, seja consciente de que sozinho não realiza nada, saiba que é necessário vender uma idéia dentro da organização antes de vender para fora e aja unindo razão e emoção.

Outra maneira de falar a mesma coisa: competência significa trazer resultados. E você só consegue isso se trabalhar sério e gostar do que faz.

As pessoas experientes, que já têm seu talento reconhecido, devem se questionar: “Será que continuo com vontade de correr atrás da bola, como um Oscar jogando basquete, ou apenas passeio pela quadra achando que meu nome, por si só, vai entregar o que eu prometi?”

Aos profissionais que estão começando, um conselho: ter boa autoestima é importante, mas humildade é fundamental. Se você for arrogante, com certeza terá problemas.

Finalmente: por favor, pare com a mania de reclamar da empresa e colocar a culpa nos outros. Além de ficar feio, não ajuda ninguém a evoluir.

Para se tornar um profissional nota 10, apareça para o jogo. Não se esconda nas dificuldades. Não culpe o mundo pelos obstáculos e assuma para si a responsabilidade pelos resultados. E nunca deixe de pensar sobre suas atitudes se quiser se sentir competente e ser reconhecido como tal.

Publicado em 18/01/2010 - fonte: http://shinyashiki.uol.com.br

24 de mar. de 2010

J-Dorama (II): Last Friends (ラストフレンズ)

Mais um J-DORAMA concluído. "Last Friends" conta a história de uma garota chamada Michiru Aida (Masami Nagasawa) que resolveu sair do apartamento de sua mãe para morar junto de seu namorado, Sosuke Aikawa. Michiru encontra uma grande amiga da época de faculdade após 4 anos de sua formatura. Porém, a amiga de Michiru, Ruka Kishimoto, sempre a considerou como mais que uma grande amiga, desde a época da faculdade. E depois que Ruka descobre que Sosuke é muito ciumento e chega até maltratar Michiru, ela resolve tentar protegê-la, mas sem mostrar-lhe seu verdadeiro sentimento em relação a sua amiga. Mas a história não se passa somente entre Michiru, Sosuke e Ruka. As duas protagonistas também se envolvem com outros personagens que vão morar juntos em uma "share house" e conta as histórias desses outros personagens.

Last Friends é realmente um verdadeiro J-DORAMA, no caso, drama mesmo. Mas não chega a ser tão dramático, como foi com "Um Litro de Lágrimas". Last Friends conta com a participação da Masami Nagasawa, atriz consagrada no Japão que foi eleita a "queridinha" do Japão em 2008, e também participa ainda de muitos outros projetos cinematográficos e presença em vários comerciais de TV, como sendo, por exemplo, a garota propaganda da NTT Comunications (a maior rede de telecomunicações do Japão). Mas foi com a atuações da atriz Juri Ueno, que interpretou a Ruka, e o ator Eita, que interpretou o Takeru que a novela ganhou destaque.

A história em si é interessante e prende a atenção do telespectador, mas envolve uma certa dramatização que, quem não gosta muito de histórias dramáticas, pode não encarar bem a novela. Entretanto, como disse antes, a história é envolvente e eu a recomendo. Last Friends possui 11 capítulos mais um especial (epílogo).

18 de mar. de 2010

A Complexidade dos Trens de Alta Velocidade

Numa palestra sobre Sistema de Transporte de Alta Velocidade (TAV), no Instituto de Engenharia do Paraná, o engenheiro eletricista Fábio Tadeu Alves, do Metrô de São Paulo, discorreu sobre a complexidade da engenharia de ferrovias pela variada gama de profissionais que exige em setores como infraestrutura, estações, material rodante, operação, sinalização e controle, marketing, manutenção, aspectos financeiros e legais e gerenciamento e todas as suas interfaces.

Justamente por isso, disse que as universidades brasileiras deveriam se voltar com ênfase para a formação de profissionais destinados ao desenvolvimento e aperfeiçoamento dos trens de alta velocidade, modelo que começa a tomar corpo no Brasil, com a já anunciada linha Rio de Janeiro-São Paulo, sua extensão a Campinas e futura interligação com Curitiba e Belo Horizonte.

Destacou o estudo desenvolvido, para o trecho Curitiba-São Paulo e a possibilidade de integração com Santa Catarina, Rio Grande do Sul e países do Mercosul.

Entre os fatores para adoção do TAV, Fábio citou algumas como: tempo de viagem, substancialmente reduzido; tráfego livre; socioeconômico, com o desenvolvimento das localidades atendidas e no entorno das estações, com ênfase para o setor de serviços, além de ajustes nos planos diretores das cidades; meio-ambiente, pois causa menos poluição e menor impacto ambiental: uma ferrovia necessita de espaço de apenas 12 metros de largura e uma rodovia com duas vias triplas, de 47 metros.

O palestrante traçou, ainda, um paralelo entre tempo/percurso entre as viagens de carro, trem e avião e informou que o TAV é o preferido para extensões em torno de 700 quilômetros e de uma hora e meia a três horas de viagem.

Abordou também vários estudos de caso de TAV na Inglaterra, Espanha, Alemanha, Coreia, Japão e França e a adoção da levitação magnética (Tecnologia MagLev), em testes no Japão e na Alemanha e em operação na China.

Ao finalizar, citou que "gerenciar um sistema ferroviário com sucesso significa controlar todas as interfaces entre subsistemas de maneira efetiva, garantindo que os fatores humanos estão sendo apropriadamente considerados e que as necessidades do meio ambiente estão sendo respeitadas a todo o momento".

É um passo enorme para a reestruturação do transporte de alta qualidade e de rapidez entre as cidades do Brasil, não ficando dependente somente dos transportes rodoviários, que já estão mais do que saturados, e comprovadamente, com maiores custos de manutenção e menos segurança. Os projetos estão lá. Só falta agora o começo da implantação, realmente.

Para maiores informações: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trem_de_alta_velocidade_no_Brasil

12 de mar. de 2010

Artigo: NA HORA CERTA!

“Desculpe o atraso!”
Você já ouviu isto antes?
Claro que já, e normalmente acompanhado de um sorriso amarelo ou da mais absoluta cara de pau, como no caso dos atrasados contumazes.
As justificativas são variadas e vão do trânsito à dor de dente do filho. Verdadeiras ou não, a realidade é que não passam desculpas.
Cumprir prazos e horários nunca foi fácil. Requer esforço e disciplina.
Mas é possível e vale a pena.
O rigoroso cumprimento dos limites de tempo é um importante diferencial profissional e um fator que adiciona qualidade à vida.
Mais do que isto, honrar hora e data é uma manifestação de respeito para com aqueles que dependem de você para uma reunião, consulta médica ou passeio.
Já tive o desprazer de assistir a uma criança de quatro anos angustiada e dizendo: - Tá na hora da escola, pai! – a resposta foi: - Relaxa, fulaninho, não tem problema chegar dez minutos atrasado.
Este pai presta um enorme desserviço ao menino e à sociedade ao programar a mente de seu filho para um padrão crônico de atraso. O garoto pagará caro por isto no futuro.
Pontualidade pode vir a ser um aspecto forte de nossa cultura e isto depende essencialmente de você. O exemplo sensibiliza para a mudança.
Ao perceber sua pontualidade, seu colaborador, cônjuge ou filho começará a pensar em um novo padrão de conduta.
A esta altura, o cronicamente atrasado lendo este artigo, já começou a se justificar dizendo que nem sempre será possível cumprir horários.
Todos nós sabemos que imprevistos surgem. Acontece que, com disciplina, os atrasos serão exceção e não algo comum.
Trabalhei por onze anos em uma mesma empresa e nunca me atrasei. Já apresentei mais de seiscentas palestras e cursos e me atrasei uma vez, em sete minutos, por falha mecânica no veículo.
Sou uma pessoa diferente?
Não!
Mas disciplinadamente faço uso de uma técnica de gestão do tempo que pode mudar sua vida.
Que técnica é esta?
Simples!
Margens de segurança temporal!
Isto mesmo! Saia cedo de casa! Saia com bastante antecedência para os seus compromissos!
Algumas pessoas argumentarão: “Isto é má gestão de tempo, afinal você poderia ficar em casa fazendo outras coisas e sair no horário limite. Além do mais, se chegar muito cedo, não terá o que fazer em seu destino.”
Simples! Leve um livro, jornal ou revista!
Ler é excelente aplicação de tempo. Eu não saio de casa sem algo para ler.
O péssimo hábito do horário limite é uma armadilha e uma ilusão. Ele funcionará, se nada de diferente acontecer no caminho e o que não se verifica em muitas das vezes, ou seja, você vai se atrasar com razoável frequência.
Isto é constrangedor para você e injusto com aqueles que o aguardam.
Uma das maneiras de educar as pessoas neste sentido é ser muito firme com quem se atrasa. Não permita a entrada de atrasados na reunião e vá embora do local de encontro quando chegar o horário limite.
Este tipo de atitude produz estresse e você provavelmente será chamado de radical, mas os resultados aparecem, se pagarmos o preço inicial.
Naturalmente este rigor não fará sentido se não for, você mesmo, um exemplo de pontualidade. A primeira pessoa a educar somos nós mesmos.
O trânsito é ruim para todos e cada um tem desafios a enfrentar, a diferença é que alguns cumprem horários e outros não.
Desculpas não resolvem problemas, não produzem dinheiro e não enchem a barriga de ninguém. Com um pouco de inteligência e criatividade, posso “justificar” quase qualquer coisa, o que não me autoriza ao atraso.
Seu cliente, chefe ou esposa, não quer explicações, quer resultados. Esteja lá no horário e não vai precisar explicar nada.
Volto a repetir amigo, que eu sei e sei por experiência própria, que o hábito da pontualidade não é fácil, mas é possível e vale a pena.
Pense nisto e ajude a construir um novo Brasil que chega na hora certa!

Por: Alan Schlup Sant’Anna (escritor, palestrante, consultor, autor dos livros DISCIPLINA: O CAMINHO DA VITÓRIA e EQUILÍBRIO EM UM MUNDO DIFÍCIL)

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL GAZETA DO POVO EM 26.02.2010

8 de mar. de 2010

Game Nostalgia (IX): Castlevania - Symphony of the Night

A versão para Plastation One de "Castlevania: Symphony of the Night", na minha opinião, foi um marco na popularidade da franquia "Castlevania", criada pela famosa Konami. Não pela história, mas pelo estilo de jogo, que misturou ação com plataformas e RPG (Role Playing Games).

Nessa versão para PSOne, o filho de Drácula, Alucard, resolve enfrentar os inimigos do castelo de seu próprio pai para tentar por fim nos planos de Drácula. O castelo mais se parece com um enorme labirinto, cheio de salas com itens a adquirir, e é claro, muitos inimigos. Apesar de longo, o game foi meio viciante, na qual eu não conseguia jogar somente alguns minutos antes do próximo "save point".

Tecnicamente, os gráficos foram ótimos para a época e o som é um caso especial, com uma trilha sonora incrível (cheguei a baixar os mp3 do jogo). Para quem conhece o game, meu OST favorito chama-se "Lost Painting", claro, além do tema final "I am the Wind". Na época do PSOne, passei muitas horas jogando o game, mas não consegui completar o mapa inteiro (normal e invertida). Recentemente, joguei-o novamente no emulador e dessa vez consegui um progresso melhor, pois na época, não sabia de muitos truques e habilidades que Alucard conseguia fazer (tinha que usar comandos de golpes de luta, tipo, "meia lua pra frente no joystick" para que Alucard pudesse fazer diversas magias). Confesso que tive que recorrer a tutoriais para saber como fazer tais magias... Como a gente era feliz nos anos 90, rs ^^.

Bom, resumidamente, mais um game que marcou a indústria dos games, na época dos jogos da era Clinton. Recomendado.

5 de mar. de 2010

A Influência dos Sons

Antigamente, as pessoas tinham pelos barulhos, a percepção de alertar ou prevenir várias ameaças e fatos, especialmente sons da natureza. Com o progesso da industrialização, vários sons têm até perturbado a gente, que criamos um certo "bloqueio" para ignorá-los, como o barulho dos automóveis, etc. Julian Treasure, pesquisador há anos sobre a influência dos sons no nosso cotidiano, fala sobre como a gente têm encarado os sons corriqueiros do dia a dia, até aquela musiquinha ambiente das lojas podem influenciar no poder de compras dos clientes. A seguir, alguns trechos da entrevista que a revista SUPERINTERESSANTE deu aos leitores.

Pergunta: O som está cada vez mais inconsciente, na sua opinião? Por quê?

Resposta: Muitas pessoas eram cercadas só pelo barulho do vento, da água, dos pássaros. A audição era nosso sentido de alerta, indicando ameaças. Com a industrialização, criamos o hábito de suprimir os ruídos das cidades e ignorar a audição. A maioria dos efeitos dos sons ao nosso redor se moveu para um plano inconsciente. Hoje dependemos demais dos olhos e não compreendemos como os sons influenciam nossa vida.

P: Os sons, então, podem nos deixar alertas ou relaxados, é isso?

R: Sim, sons têm um efeito psicológico, dependendo da associação que fazemos. Muitos acham o canto dos pássaros reconfortante, pois ao longo da evolução aprendemos que tudo está tranquilo quando os pássaros cantam. O mar nos relaxa, porque tem uma frequência de 12 ciclos por minuto - a mesma da nossa respiração quando dormimos. Mas não é só isso. Sons interferem no funcionamento do nosso corpo. Uma sirene gera uma descarga do hormônio cortisol, que acelera o nosso coração. Além dos efeitos que podem influenciar o nosso comportamento.

P: Como assim?

R: Por exemplo: se alguém puxa papo enquanto você trabalha no computador, sua concentração vai piorar. É porque você usa a memória sensorial para manipular símbolos e palavras, e a conversa afeta seu senso de espaço - afetando sua produtividade. Escritórios amplos e barulhentos derrubam em 66% a produtividade dos funcionários. Nesses lugares, um fone de ouvido e música ambiente ajudariam você a se concentrar no trabalho.

P: Poderíamos usar sons para manipular os outros?

R: Sim. O ambiente musical tem um efeito radical sobre compras. Mas as empresas, em geral, não sabem disso. Em lojas de departamento, uma música inapropriada pode reduzir as vendas em até 28% (como música infantil em loja de crianças, que pode espantar os adultos). A mensagem captada pelos olhos do cliente é "entre e gaste seu dinheiro", mas os ouvidos escutam "vá embora, ambiente hostil". Ou então a música pode influenciar a decisão dos clientes, como aconteceu numa loja de vinhos inglesa. Apesar de os vinhos franceses serem mais tradicionais, eles eram menos vendidos do que os alemães quando a loja tocava música da Alemanha, ou seja, o som foi capaz de vencer a tradição.

P: Quais são suas conclusões?

R: A busca pelo uso eficiente do som é o ponto em comum entre as duas atividades. E hoje é um novo tipo de marketing, que tem crescido. Esperamos transformar o som dos negócios e o modo como o mundo soa ao nosso redor.



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