22 de ago. de 2011

O Brasil não tem prioridade na educação

Texto de Alexandre Garcia que vi no jornal Bom Dia Brasil. Faço questão de republicar aqui.

"Os protestos de estudantes no Chile são reações ao projeto do presidente Sebastián Piñera de privatização do ensino. Chama atenção a participação dos jovens no Chile, país que tem um alto nível de educação, assim como a Argentina e o Uruguai.

Atrás desse alto nível, tem um mesmo homem: chama-se Domingo Faustino Sarmiento. Depois de mostrar no Chile e no Uruguai que só há futuro com prioridade na educação, ele foi presidente da Argentina e lá fez uma revolução educacional em meados do século 19. No Brasil, a gente está esperando essa revolução e só fazem reforminhas.

No Chile, o Estado deixou a oferta de educação mais fechada. É contra isso que estudantes, pais e professores se mobilizam, sem descanso, há mais de três meses a despeito da repressão policial e centenas de prisões. Querem educação gratuita e de qualidade e que seja proibido o lucro nas universidades privadas. Ou seja, educação não é comércio. Acesso e qualidade são o que querem, numa mobilização maciça, os estudantes chilenos.

No Brasil, não tem lugar na cabeça das lideranças políticas, salvo raras exceções, a necessidade da mais absoluta prioridade para a educação. Sem educação, não há futuro. Há uma clara percepção de que estamos ficando cada vez mais atrás dos Bric (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China) por falta de formação.

Outro dia, uma autoridade federal disse que temos musculatura para enfrentar a crise financeira mundial. O problema é que nos faltam neurônios. A queixa geral dos empresários é a falta de preparo dos candidatos a vagas. Temos algumas ilhotas de excelência, mas isso não basta. Países que estavam atrás do Brasil há 50 anos hoje nos superam de longe, como Coreia do Sul e China, porque investiram macicamente em educação.

Na mobilização, o Chile nos ganha longe. No Brasil, há menos de um mês foi convocada pelas redes sociais e pela internet uma passeata pela qualidade em educação. Na capital do país, a manifestação não chegou a reunir cem pessoas."


Link aqui.

2 comentários:

  1. Como costumam dizer, os políticos querem o povo burro para facilitar a manipulação.

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  2. E ainda existem pessoas que votam em candidatos analfabetos para representar o nosso País...

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