Resolvi comentar algo sobre 4 hotéis que ficam localizados no bairro da Liberdade, em São Paulo, tradicional bairro oriental onde se concentra uma forte colônia japonesa, chinesa e coreana no Brasil. Mais detalhes sobre o bairro, pode conferir aqui do blog Grafite Azul. Vale lembrar que visitei esses hotéis com o quarto mais barato, para um bom custo-benefício. Bem, vamos a elas:
- Hotel Banri (Google Maps)
Os antigos donos desse hotel eram japoneses, mas com a crescente expansão do poder econômico da China, os novos donos agora são chineses, mas permaneceu o nome. A rede Banri conta também com um estacionamento ao lado do hotel e dois restaurantes com um mercadinho de produtos orientais. O hotel fica numa boa localização, na rua Galvão Bueno, próximo à rua Tomaz Gonzaga.
O quarto mais barato é simples, e não é grande coisa, mas é até relativamente confortável, tem ar condicionado de janela, um criado mudo, uma TV CRT (aquelas de tubos) e um banheiro simples
(também não dos melhores) com chuveiro e lavabo. O café da manhã está incluso e fica no último andar do prédio. Não tem muita variedade no cardápio, mas é bem ajeitada e o ambiente é não é tão ruim. O cardápio que era quando fui tinha leite, café, suco de laranja, pão, presunto, queijo muzzarela, mamão, geléia e outros básicos. O preço era atrativo, menos de 90 reais por noite. Com acompanhante, acresce 25 reais.
Opinião pessoal de nota: 2,5 de 5 (5 é o máximo)!
- Hotel Akasaka (Google Maps)
Se o Banri é razoável, o mesmo não se pode dizer do Akasaka (antigo hotel Osaka), cujos novos donos também são chineses. Quando fui a esse hotel pela primeira vez, estava em reforma, por isso achei que podia até dar desconto em alguma coisa, mas quando fui novamente 8 meses depois, a reforma ainda não estava concluída e assim caiu meu conceito de qualidade. Esse hotel fica bem em frente à praça da Liberdade, na estação Liberdade. Em termos de localização, o Akasaka é o melhor.
Mas para por aí. Os elevadores são aqueles antigos que sobem e descem lentos, e não foram trocados, apenas reformados. Os andares estavam em reforma, mas quando fui novamente, continuavam com aspecto bagunçado de obras. Rapidez nas mudanças não é o forte desse hotel. Agora os quartos eram de lascar. Iluminação precária, banheiros simples e um chuveiro que mal esquentava água. Uma das camas rangia quando a gente se mexia e o pior, não tinha café da manhã. Claro, talvez por causa da reforma, mas nas 2 vezes sem ter café da manhã? E o preço? Praticamente o mesmo do Banri, mas sem café da manhã com essa "qualidade" que mencionei acima.
Talvez agora deva ter mudado pra melhor, mas a lentidão dessa reforma me chateou bastante a ponto de comprometer a qualidade desse hotel naquele período.
Nota: 1 de 5! (não recomendado)
- Hotel Oriental Plaza
Tem um hotel pior que o Akasaka? Pior que tem! É esse hotel: o Oriental Plaza (antigo hotel Fuji Plaza). Fica na esquina da av. Liberdade com a rua Américo Campos. Da mesma forma dos dois hotéis anteriores, os novos donos também são chineses, tanto que dá muito jovens chineses se hospedando lá. O preço é o mais atrativo de todos: 75 reais por noite. Mas para por aí também.
A começar, o hotel não aceita cartão algum, apenas dinheiro e pagamento à vista antecipado, no momento do check-in. Os elevadores também são aqueles antigos, lentos e burros (demora para chegar no andar que você está). Instalações precárias, sujas com um quarto escuro mal iluminado com apenas uma cama, um box com uma TV velha e problemática (sim, porque a TV que tinha no meu quarto não ligava pelo controle remoto e ligava apertando algum botão de canal. E após, 15 minutos, ela se desligava sozinha sem estar setada no modo sleep), armários embutidos velhos, painel de controle de luz e de ar quebrados e um interruptor que não desligava, ficava toda hora piscando, ou seja, ou você deixa ligada a luz, ou você dorme com ela piscando. O banheiro não tinha uma divisória do chuveiro com o resto do banheiro (o chão do banheiro ficou todo molhado), o chuveiro elétrico era velho e a torneira da "água quente" era dura de abrir e fechar. Ah coloquei entre aspas porque era só na teoria, a água saía morna no máximo; dias de frio é sofrível então para tomar banho. E o botão da descarga da patente não volta sozinho, você tem que puxá-lo para parar de jorrar água.
Pelo menos tinha café da manhã incluso, mas não tinha variedade alguma. Tinha café, leite, suco de laranja, pão de leite embalado em plástico, queijo muzzarela esfarelado e algumas frutas, só. A margarina tinha nas mesas, mas era daquelas grandes que você compra nos supermercados. Não era daquelas embaladas individualmente feitas para hotéis. E um fato grave; duas garotinhas de 12 e 13 anos "ajudando" a limpar as mesas do café da manhã, junto com a mãe que estava na copa. Fora o atendimento precário no balcão e a linha telefônica do hotel incomunicável. E o pior de tudo isso, eles não estão de reforma!!! Posso dizer com certeza, foi o pior hotel que já frequentei na minha vida. Esse hotel devia ser denunciado pelas autoridades (se é que vai adiantar).
É uma pena, pois o antigo hotel Fuji era primordioso na época de nossos pais e avós e era considerado um hotel luxuoso e de renome. Infelizmente os novos donos, simplesmente, pararam no tempo daquele hotel. Dá a impressão que nunca fizeram reforma alguma no edifício, preservando alguma coisa daquela época, inclusive as sujeiras acumuladas (modo irônico de dizer).
Nota: 0,1 de 5!! (Uma espelunca! fuja dele!!)
- Hotel Nikkey Palace (Google Maps)
Mas, calma. nem tudo está perdido na Liba. Ainda há um remanescente de qualidade. É o hotel Nikkey, que fica na mesma rua do hotel Banri, próximo ao Bunkyo. Esse hotel também é tradicional, mas pelo que sei, continuam os mesmos donos e o padrão de qualidade supera de longe dos três acima. O atendimento é bom, e conta também atendimento em japonês (seus funcionários precisam saber falar japonês do dia a dia), pois muitos de seus hóspedes são turistas e empresários japoneses, prova que é o hotel de referência no bairro da Liberdade. O quarto é espaçoso, com boa iluminação, TV a cabo com canal NHK, frigobar decente, cama confortável, criado-mudo e escrivaninha. Ah, e um item essencial: Wireless grátis!!!
O banheiro é limpo e mais sofisticado que os dos outros citados hotéis, alguns quartos têm ofurô e banheira, mas o hóspede pode desfrutar de sauna e ofurô coletivo também. Mas o que me chamou atenção foi o café da manhã. O hóspede pode escolher entre "washoku" e/ou "choushoku". Washoku é o café da manhã estilo tradicional japonês, com gohan, anchovas, missoshiru, oden, otchá, etc... Já o chousoku é o café da manhã normal ocidental (café, leite, ovos, presunto, suco...). E nada impede que o hóspede queira misturar os dois tipos (como foi meu caso em alguns dias de hospedagem). E o atendimento foi satisfatório (em português e/ou japonês). As instalações são relativamente grandes, nível padrão 4 estrelas.
O único revés, logicamente, de longe, é o hotel mais caro. Uma diária pode custar em torno de 180 reais, dependendo do quarto (mais que o dobro dos outros). E isso porque peguei o quarto mais barato. Só por isso não ganhou o quesito máximo. Mas, se dinheiro não é problema ou você já tem planejado esse gasto, então, não tenha dúvidas: o Nikkey Palace Hotel é o seu hotel na Liberdade.
Nota: 4 de 5!! (recomendado)
Site do Hotel Nikkey aqui (em português, inglês ou japonês)
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Em suma: Foi-se o tempo dos hotéis glamourosos dentro do bairro da Liba. Os grandes hotéis de outros bairros são os hotéis preferidos dos turistas e empresários japoneses, fora os hotéis de grande franquias, como o Ibis. Mas ainda se salva o Hotel Nikkey como referência de hotel com estilo japonês e ótimo conforto. Já o hotel Banri, recomendo na questão custo-benefício, se você não liga para serviços básicos.
O que me deu impressão é que cada vez mais, a Liberdade deixou de ser, faz tempo, um local tradicional cultural japonês para ser um local de um grande comércio de produtos orientais de forma formal e informal (para não dizer "camelódromo oriental"). Os restaurantes da rua Tomaz Gonzaga ainda são uma boa pedida para uma referência da culinária japonesa mais requintada. Mas há gostos também para feiras gastronômicas de cozinha oriental todo final de semana. Apesar das mudanças recentes (devido ao cenário econômico), o bairro da Liba é um bom lugar para passeio e compras. Continua sendo o meu lugar favorito para passeio em São Paulo.
PS: os preços mencionados aqui são referentes da época de 2011/2012.
Tá loco. Queria ver como é dentro do Banri, mas parece que o único legal é o Nikkey.
ResponderExcluirPelo menos, quando vc for pousar na minha casa, não vai estranhar se ela for simples e limpinha. xD~
Esse Oriental Plaza tinha também muita sujeira e teias nos cantos dos armários. Isso devia ser denunciado para as autoridades (se é que vai adiantar algo...)
ExcluirAchei um vídeo da Kagome apresentando o Oriental Plaza. Mto sinistro: http://youtu.be/EijuEALuu50
ResponderExcluirTinha outro do Banri que também não dava opiniões muito melhores.
Caraca. Ainda bem que tive o desprazer de conhecer os outros andares disso. Verdadeiro Silent Hill mesmo. Como disse: nota praticamente zero!!! Agora se curte altas aventuras de filme de suspense e terro, tá aí uma opção!
ExcluirO do Banri tbm não era grande coisa, mas no que fiquei ainda estava relativamente bom.
Caramba, fui ver o vídeo: muito trash esse negócio! Que isso, gente?! Fiquei até pensando se era isso mesmo, se não era montagem, ou se elas não deram uma piorada no lugar antes de filmar... Que horror!
ResponderExcluirE cadê a Vigilância Sanitária que ainda não lacrou uma espelunca destas?!
Pois é, aí é que vc vê a diferença que faz uma administração eficiente... Porque estes hotéis de redes como Ibis são baratos, quase que na mesma faixa de preço que o Oriental Plaza, mas são bonzinhos: são simples, mas com um mínimo de higiente e conforto.
Estes hotéis da Liba parece que são administrados por pessoas que muitas vezes não tem o menor jeito pra coisa. Sei lá, essa é a impressão que me passa... Aí, gasta-se um horror pra manter um troço destes (pq mesmo no estado em que está é caro manter) e como tá muito ruim, não consegue receita suficiente pra se manter e investir em melhorias. Uma pena que o destino destes grandes hotéis tradicionais da Liba esteja sendo a decadência.
Ainda bem que sobrou o Nikkey Palace pra contar a história...
Como o Oriental deve ser frequentado por pessoas que não ligam muito pela higiene e serviços mais decentes, o hotel continua funcionando normalmente. Eu não piso mais naquela espelunca.
ExcluirPelo jeito, para a Liba, vou no Nikkey (ou no Banri no máximo).
Noooossa, agora eu sei onde NÃO hospedar quando for para a Liba rs. E nem me fale de Silent Hill. Tenho pesadelos só de imaginar rs.
ResponderExcluirOlá. Bom dia. Bom artigo, obrigado por postar e por informar os preços das diárias e afins. Estou pensando em ir no bairro da Liberdade, no Bunkyo, para ir num evento(Simpósio de Hermetismo e Ocultismo); e preciso ficar hospedado em algum hotel se eu não conseguir ficar na casa de algum amigo meu...Tiau.
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