30 de abr. de 2012

Todo satisfeito está morto?

Estava lendo um livro chamado "Insatisfação e Felicidade", do autor João C. Motti, com 67 páginas (um livro de auto-ajuda curtinho, dá para ler em 3 horas mais ou menos) e tem uma seção do livro que achei interessante. O autor diz: "Como estou agora?"; tem quatro opções:
- Insatisfeito e Infeliz;
- Insatisfeito e Feliz;
- Satisfeito e Infeliz;
- Satisfeito e Feliz


O leitor responde um desses quatro e, em seguida, o autor descreve o termo "satisfação". Basicamente, segundo o autor, todo satisfeito está morto ou a caminho do cemitério, dizendo que o lugar mais tranquilo do mundo é a morte, pois nada mais pode acontecer a quem está em um túmulo. Já viver, é arriscado e perigoso, convivendo com o conhecido e com o desconhecido; sendo este, uma grande aventura.

Então, resumidamente:
- Satisfeito infeliz está no "inferno";
- Satisfeito feliz está no "céu".

E, por princípio, todos nós (seres humanos vivos) somos insatisfeitos e infelizes, pois lutamos para sermos felizes nem que seja por alguns momentos. As palavras "satisfação" e "frustração" são negativas, segundo autor. O poder não gosta de pessoas insatisfeitas, porque elas questionam e querem mais; e o poder jamais gosta de pessoas felizes, porque elas incomodam com a sua alegria.

Eu concordo em certo ponto com o autor. A gente não pode ficar sempre satisfeito com a nossa vida, pois aí não exercemos o poder de mudança, de rotina e de comportamento conosco. Desafios sempre serão nossos instrumentos para o aperfeiçoamento da humanidade. A insatisfação em nós nos leva sempre a buscar novos conhecimentos, novas tecnologias, novas descobertas e novos prazeres (sim, a gente não é de ferro né? rs). A gente não pode desejar o mal para os nossos inimigos/rivais, pois sem eles, como vamos competir para nos melhorarmos e nos aperfeiçoarmos? E, por natureza, a gente busca sempre a felicidade, logo, não somos felizes em plenitude. Estamos vivendo (no planeta Terra) por algum motivo, pois se a gente já nascesse feliz, não teríamos mais insatisfação... e então, por que viver? O homem, até hoje, se pergunta: "o que é felicidade"? A resposta é muito complexa e depende do ponto de vista de cada um de nós.

Só acredito que não devemos seguir cegamente tal conselho, dizendo então, que somos eternos infelizes, turrões e eternos "reclamões". Um cliente satisfeito com o produto ou serviço de uma empresa pode ser um incentivo para que a empresa sempre tente melhorar a qualidade de seu atendimento e de seus produtos. Por isso, demonstrar satisfação, em determinados momentos, além de exercer respeito mútuo, pode gerar um ambiente mais agradável de se trabalhar naquela empresa, tornando as atividades mais harmoniosas para tentar sempre manter ou melhorar tal satisfação. Mas também não devemos baixar a guarda pela aparente felicidade momentânea da empresa. Sempre haverá insatisfação em qualquer lugar. Afinal, não existe a tal "unanimidade" (onde há um ditado popular: toda unanimidade é burra), tanto positivamente como negativamente. E isso vale não apenas para empresas e comércios. Vale principalmente para todos nós, cada ser humano. A ambição (em termos moderados, sem exageros) é um grande estímulo às nossas vidas, portanto, uma insatisfação necessária.


Buscar a felicidade? Sempre, mas isso não indica que somos, necessariamente, infelizes, propriamente ao pé da letra. Aqui também cabe a cada um de nós julgarmos e analisarmos o nível de felicidade individualmente. A palavra "infelicidade" parece ter um tom negativo forte em nós, só em apenas de se colocar o prefixo "in". Porém, no sentido de "buscar conhecimento e atitude", tal palavra se torna um incentivo para nós. Se interpretarmos a palavra "infelicidade" como "a busca incansável pela evolução", aí sim somos e devemos ser "infelizes". Assim penso: viver é o ato do constante aperfeiçoamento da nossa evolução, em busca do grau máximo que podemos alcançar. Quão grato devemos ser "infelizes" para podermos ter sempre força, coragem e equilíbrio em busca do nosso tesouro maior. Se a gente conseguir ter uma breve sensação de felicidade (humana), nem que seja por um curtíssimo tempo, já está valendo a pena viver (nesta vida). Portanto, infelicidade para gerar felicidade, é viver, é evoluir!

9 comentários:

  1. Milton Saito1/5/12 10:34

    Prezado Elton, satisfação imensa! Sem dúvida, a busca pela felicidade é uma constante. E essa força é que nos deixa feliz, sempre! Ótimo primeiro de maio por aí! Abraços!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Milton.

      Sucesso e felicidades para vcs. Abraços

      Excluir
  2. belo post.gostei da sua colocação.
    fiquei curioso p/ ler esse livro.

    ResponderExcluir
  3. Acho que quase tudo tem um lado bom e um lado ruim... No caso da satisfação o lado bom é que realmente isso dá forças pra seguir adiante... O lado ruim é quando isso gera comodismo...
    Já a felicidade e infelicidade pra mim são estados temporários e normalmente de curta duração... E eles se revezam, afinal a vida é feita de altos e baixos... A minha eterna busca é saber o que fazer nos momentos de baixa...
    Curti o post, gosto como vc não tem preconceito com esses assuntos (o povo não pode ouvir falar de "auto-ajuda")...
    Reflexão é o que há! :-D Evoluir sempre!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exatamente mesma opinião sua, Dri. Refletir sempre! ;)

      Excluir
  4. Ando passando a maior parte do tempo "na baixa". =P~

    ResponderExcluir
  5. Olha, Ocho, a primeira impressão que me passou a respeito deste livro do João Motti é que a abordagem dele é muito simplista - mas eu não li o livro, então não posso afirmar que seja mesmo assim.

    Não concordei com a afirmação de que o "satisfeito e feliz" está "morto" (rsrsrsrs). E acho que a eterna insatisfação do ser humano é justamente gerada por este tipo de abordagem que ele faz. As pessoas sempre querem isso, querem aquilo, querem mais. Parece que nunca conseguem unir todos os requisitos pra encontrar a tal felicidade.

    Eu gosto justamente de apostar num caminho oposto: aprender a ser feliz com o que se tem, com o que se é, sem ficar nessa busca constante por ideiais muitas vezes inatingíveis.

    Eu procuro aplicar isso na minha vida: aprender a conviver com a pessoa que sou, com qualidades, defeitos, limitações e a gostar de mim assim mesmo. Encontrar satisfação nas pequenas coisas do dia-a-dia, na simplicidade. Aprender a amar os que me cercam com seus defeitos e virtudes - e não querer que mudem pra se adequar ao que eu acho que tem que ser.

    Por pensar dessa forma é que acho que sou feliz, estou satisfeita com minha vida e não estou morta!!! Hahahahaha.

    De toda forma, se vc me perguntar se não há nada que eu possa melhorar, claro que eu direi que existem, sim, coisas que podem ser melhoradas. Mas isso não quer dizer que eu já não esteja satisfeita com a vida que tenho até aqui.

    Deu pra entender ou eu só confundi mais as coisas?? Hahahahaha.

    (Falando em simplicidade, me lembrei de uma música do Pato Fu, que se chama justamente "Simplicidade" e que diz: "Quanto mais simplicidade, melhor o nascer do dia...". Letra e vídeo aqui: http://letras.terra.com.br/pato-fu/185865/ ).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu também achei esse livro simplista. Na verdade, é um misto de livro com exercícios de perguntas e respostas e espaços para o leitor fazer uma "redação" com seus afazeres. Eu ganhei esse livro, por isso, resolvi lê-lo.

      Excluir