Pergunta: O som está cada vez mais inconsciente, na sua opinião? Por quê?
Resposta: Muitas pessoas eram cercadas só pelo barulho do vento, da água, dos pássaros. A audição era nosso sentido de alerta, indicando ameaças. Com a industrialização, criamos o hábito de suprimir os ruídos das cidades e ignorar a audição. A maioria dos efeitos dos sons ao nosso redor se moveu para um plano inconsciente. Hoje dependemos demais dos olhos e não compreendemos como os sons influenciam nossa vida.
P: Os sons, então, podem nos deixar alertas ou relaxados, é isso?
R: Sim, sons têm um efeito psicológico, dependendo da associação que fazemos. Muitos acham o canto dos pássaros reconfortante, pois ao longo da evolução aprendemos que tudo está tranquilo quando os pássaros cantam. O mar nos relaxa, porque tem uma frequência de 12 ciclos por minuto - a mesma da nossa respiração quando dormimos. Mas não é só isso. Sons interferem no funcionamento do nosso corpo. Uma sirene gera uma descarga do hormônio cortisol, que acelera o nosso coração. Além dos efeitos que podem influenciar o nosso comportamento.
P: Como assim?
R: Por exemplo: se alguém puxa papo enquanto você trabalha no computador, sua concentração vai piorar. É porque você usa a memória sensorial para manipular símbolos e palavras, e a conversa afeta seu senso de espaço - afetando sua produtividade. Escritórios amplos e barulhentos derrubam em 66% a produtividade dos funcionários. Nesses lugares, um fone de ouvido e música ambiente ajudariam você a se concentrar no trabalho.
P: Poderíamos usar sons para manipular os outros?
R: Sim. O ambiente musical tem um efeito radical sobre compras. Mas as empresas, em geral, não sabem disso. Em lojas de departamento, uma música inapropriada pode reduzir as vendas em até 28% (como música infantil em loja de crianças, que pode espantar os adultos). A mensagem captada pelos olhos do cliente é "entre e gaste seu dinheiro", mas os ouvidos escutam "vá embora, ambiente hostil". Ou então a música pode influenciar a decisão dos clientes, como aconteceu numa loja de vinhos inglesa. Apesar de os vinhos franceses serem mais tradicionais, eles eram menos vendidos do que os alemães quando a loja tocava música da Alemanha, ou seja, o som foi capaz de vencer a tradição.
P: Quais são suas conclusões?
R: A busca pelo uso eficiente do som é o ponto em comum entre as duas atividades. E hoje é um novo tipo de marketing, que tem crescido. Esperamos transformar o som dos negócios e o modo como o mundo soa ao nosso redor.
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O Japão impressiona neste sentido.Apesar do ruído dos automóveis, é uma sociedade silenciosa. É a sociedade do fone de ouvido! Com exceção dos "Bosozokos", os ruídos e barulhos são controláveis. Os brasileiros, as vezes excedem! Mas, são repreendidos. Pssiiuuuu! Vamos falar mais baixo, não sorrir alto, etc. Abraços!
ResponderExcluirUia... Nunca parei pra pensar nisso... E é engraçado, em matéria de concentração, televisão ligada não me afeta em nada, já duas pessoas conversando me afeta total!
ResponderExcluirE essa do som do mar não sabia tb. Adoro o som do mar...
E da música de loja tb! Tem loja de roupa que toca música de balada, e eu acabo dançando dentro do provador... Já quando toca música do Calipso eu tenho vontade de sair correndo...
No mais, muito interessante...
Tenho feito alguns exercicios de praticas rotineiras, mas sem a visao, para poder prestar atencao melhor nos ruidos em volta de mim (pode-se dizer que nao deixa de ser uma certa meditacao...). É claro, barulhos do dia a dia, como transito intenso, tento realmente ignorar, a nao ser que possa causar um estagio de alerta. Sabe que isso é até interssante?
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