Numa palestra sobre Sistema de Transporte de Alta Velocidade (TAV), no Instituto de Engenharia do Paraná, o engenheiro eletricista Fábio Tadeu Alves, do Metrô de São Paulo, discorreu sobre a complexidade da engenharia de ferrovias pela variada gama de profissionais que exige em setores como infraestrutura, estações, material rodante, operação, sinalização e controle, marketing, manutenção, aspectos financeiros e legais e gerenciamento e todas as suas interfaces.
Justamente por isso, disse que as universidades brasileiras deveriam se voltar com ênfase para a formação de profissionais destinados ao desenvolvimento e aperfeiçoamento dos trens de alta velocidade, modelo que começa a tomar corpo no Brasil, com a já anunciada linha Rio de Janeiro-São Paulo, sua extensão a Campinas e futura interligação com Curitiba e Belo Horizonte.
Destacou o estudo desenvolvido, para o trecho Curitiba-São Paulo e a possibilidade de integração com Santa Catarina, Rio Grande do Sul e países do Mercosul.
Entre os fatores para adoção do TAV, Fábio citou algumas como: tempo de viagem, substancialmente reduzido; tráfego livre; socioeconômico, com o desenvolvimento das localidades atendidas e no entorno das estações, com ênfase para o setor de serviços, além de ajustes nos planos diretores das cidades; meio-ambiente, pois causa menos poluição e menor impacto ambiental: uma ferrovia necessita de espaço de apenas 12 metros de largura e uma rodovia com duas vias triplas, de 47 metros.
O palestrante traçou, ainda, um paralelo entre tempo/percurso entre as viagens de carro, trem e avião e informou que o TAV é o preferido para extensões em torno de 700 quilômetros e de uma hora e meia a três horas de viagem.
Abordou também vários estudos de caso de TAV na Inglaterra, Espanha, Alemanha, Coreia, Japão e França e a adoção da levitação magnética (Tecnologia MagLev), em testes no Japão e na Alemanha e em operação na China.
Ao finalizar, citou que "gerenciar um sistema ferroviário com sucesso significa controlar todas as interfaces entre subsistemas de maneira efetiva, garantindo que os fatores humanos estão sendo apropriadamente considerados e que as necessidades do meio ambiente estão sendo respeitadas a todo o momento".
É um passo enorme para a reestruturação do transporte de alta qualidade e de rapidez entre as cidades do Brasil, não ficando dependente somente dos transportes rodoviários, que já estão mais do que saturados, e comprovadamente, com maiores custos de manutenção e menos segurança. Os projetos estão lá. Só falta agora o começo da implantação, realmente.
Para maiores informações: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trem_de_alta_velocidade_no_Brasil
Brasília, a capital federal do Brasil, foi construída no centro do país para atender vários objetivos geopolíticos, dentre tais, o das multinacionais do setor automobilístico com o propósito de posteriormente construir uma rede de estradas para interligar os estados à capital e, consequentemente, viabilizar a infraestrutura de rodovias para atender os interesses do mercado de automóveis. Como vender automóveis sem estradas? Portanto, o discurso geopolítico de que a capital fica no centro do país por questão de segurança, é uma meia farsa. JK foi pressionado e assim foi feito. Assim, triunfa até os dias de hoje, o transporte rodoviário em detrimento do esquecimento e o abandono dos transportes ferroviários.
ResponderExcluirOs problemas do trânsito tem ficado cada vez mais complexos. Incluem meios de transporte e também algoritmos de otimização dos roteiros, etc. Acho que o transporte ferroviário pode ser uma boa opção. Vejo projetos assim e que envolvem automação, sendo elogiados pelos usuários em outros países.
ResponderExcluirSerá que um sistema desse nível seria capaz de desafogar um pouco o trânsito nas estradas que ligam as grandes metrópolis?
ResponderExcluirAté acredito que sim...
Mas e os impostos? Sem dúvida viriam novos impostos, porque aqui tudo tem um preço alto...
Para mudar a situação atual, não basta apenas boa vontade de implantar, mas sim, de um conjunto enorme de vários fatores, a começar pela educação e política no país. Os impostos aqui são altíssimos e com certeza, vai recair em cima do contribuinte para sustentar o projeto. A manutenção ficará mais cara se ocorrer vários atos de vandalismo, como o que ocorre nos atuais transportes públicos. O brasileiro (com algumas belas exceções) não tem o habito de preservar o que é dele, infelizmente.
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