16 de dez. de 2010

Computação na Nuvem: A Grande Questão

Muito tem-se falado sobre uma nova forma do uso na informática em geral: A Computação na Nuvem, ou “Cloud Computing”, em inglês. A nova “plataforma” de computação, na verdade, já está presente em alguns serviços na Internet, aliás, podemos dizer que a Internet seria a tal nuvem.


Afinal, quem não possui e-mail? O e-mail é uma forma de comunicação entre as pessoas na forma de uma “carta” registrada e a envia à outra conta de e-mail do destinatário, ficando ali, armazenada na caixa de entrada da conta dos usuários, tanto do remetente como do destinatário. Normalmente, as contas de emails atualmente têm capacidade entre 2GB a 10GB gratuitamente. Então, armazenar seus e-mails dentro do “Gmail” ou “Hotmail” por exemplo, já é guardar seus dados na internet, ou seja, na tal “nuvem”. Aliás, outro exemplo seriam os “Discos Virtuais”, onde empresas especializadas dispõem aos usuários, guardar quaisquer arquivos dentro de cada Disco Virtual. Muitos, de forma gratuita, como nos e-mails; fotos, vídeos, documentos... tudo é armazenado nos discos virtuais e muitas pessoas os utilizam como forma de “backup” virtual, onde eles podem acessar seus conteúdos em qualquer computador ligado à Internet.

Bom, a questão, na verdade é que começou um “start” inicial em busca da verdadeira computação na nuvem, onde os usuários não precisam depender de HDs nas máquinas. Em vez de utilizar um Sistema Operacional tradicional (Windows, Ubuntu, Leopard...) instalado nas máquinas locais, utilizaremos um S.O nas nuvens, onde o “boot” se daria de forma remota (alías, isso já existe em laboratórios especializados de informática em redes locais) sem precisar dar o carregamento inicial de forma local e sim, pela conexão da rede da internet. A Google já iniciou o projeto “Chrome OS” para tentar inovar a forma de uso praticamente 100% nas nuvens. Seu Gerenciador de Arquivos não estaria mais localmente e sim, na rede mundial. Recuperar aquele mp3 que você tem e quer tanto ouvir, mas você não está na sua máquina? Sem problemas. Basta “logar” sua conta na nuvem e acessar TODOS os seus arquivos pessoais em qualquer máquina ligada à internet. Caso precise utilizar processadores de textos e planilhas eletrônicas, tem-se aplicativos diretamente da nuvem sem precisar instalar na máquina.


A proposta da Computação na Nuvem é ficar independente de armazenamentos locais e poder acessar sua “máquina” livremente sem depender de HDs e programas instalados e em qualquer lugar do mundo. A princípio, isso soa bem interessante mesmo.

Entretanto, o conceito de 100% nas nuvens parece ainda estar muito distante, devido a vários problemas técnicos, restrições tecnológicas e segurança na rede. Há ainda quem seja contra a implementação da computação na nuvem, como foi divulgado a opinião do fundador da Free Software Foundation, Richard Stallman. Segundo ele, usar o Chrome OS é estupidez e usar extensivamente a computação na nuvem pode acarretar perda de controle sob seus dados. alegando que este tipo de sistema força o usuário a armazenar os dados em um lugar desconhecido e sem o conhecimento de quem está por trás dos controles. “Enquanto conseguirmos manter nossos dados sob nosso controle será o melhor caminho para a privacidade. E é melhor que isso seja mantido ou então esta opção pode desaparecer”, completa Stallman.

Porém, há muitos a favor da Computação na Nuvem, alegando maior mobilidade, facilidade, menor dependência tecnológica e investimento pesado na infraestrutura de segurança na rede mundial. Muitos comparam a evolução dos sistemas bancários, onde depositamos nossos investimentos em entidades terceirizadas, “depositando” confiança a tais entidades, que são os bancos. Com as informações seriam a mesma analogia, onde a Google e outras grandes empresas do ramo seriam o papel de bancos de informações. Confiaríamos na Google tanto quanto nos bancos.

A questão é tanto tecnológica quanto ética. As limitações tecnológicas são uns dos grande entraves, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Enquanto não melhorar a qualidade tecnológica implementada aumentando velocidade de conexões a preços acessíveis, impossível se falar de computação nas nuvens. Outro ponto é a ética das informações. Até que ponto devemos confiar em depositar nossos dados pessoais numa rede onde a segurança ainda é questionável? Conseguiríamos deixar todas nossas informações nas mãos de terceiros, no caso, na Google e outras?


Seja como for, a curto prazo, ainda acho que 100% nuvem é praticamente impossível, apesar da ideia ser um ótimo avanço tecnológico. Para mim, a ponto de chegar igual à tecnologia e confiança nos sistemas bancários vai demandar muito tempo e investimento. Afinal, informação, é muito mais complexa e ampla que simplesmente dinheiro.

E além disso, quem não dispensa de HDs portáteis e pendrives como eu? Por enquanto, armazenamento local aliado a serviços na “nuvem” está de bom tamanho.

4 comentários:

  1. Realmente esse é um conceito interessante, mas eu não consigo imaginar ainda meus dados particulares "soltos" na nuvem... é uma mudança de paradigma muito forte...
    Já em relação a poder usar SO e aplicativos instalados remotamente, podendo usar qualquer máquina, é interessante... mas isso quando tivermos banda larga decente a baixo custo. E aqui no Brasil ainda estamos muito longe disso.
    Mas veremos como a coisa toda evolui...

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  2. Sistema totalmente na nuvem no Brasil... "ha ha"... (Nelson dos Simpsons apontando o dedo).

    Os equipamentos de rede aqui no Brasil para o povo são vendidos modelos ultrapassados e com qualidade duvidoso. Cai a internet direto e aí... nem ligando o computador vai funcionar.

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  3. Olá Ocho,

    Só dando uma passadinha rápida pra te desejar um Feliz Natal a você e toda a sua família. Que 2011 traga muitas felicidades e conquistas em sua vida.

    Bjuss e depois não esquece de me contar com foi o Kouhaku Uta Gassen heim rs!

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  4. Nossa, loucura total futurística. Realmente algo ainda difícil para se imaginar. Contudo, a questão da segurança, bem explícita no texto pode ser empecilho forte. Abraços! Valeu pela preciosa informação!

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