12 de ago. de 2012

As Lições e os Sofrimentos de uma Olimpíadas (Opinião)

Mais uma Olimpíadas da era moderna chegando ao fim. E mais uma grande festa do esporte mundial foi realizada, com festa de abertura de encher os olhos, eventos esportivos sendo realizados a cada momento ao mesmo tempo em muitas ocasiões, medalhas sendo distribuídas aos atletas merecedores dos mesmos e a festa de encerramento com anúncio à próxima Olimpíadas daqui a quatro anos. Realmente é um grande espetáculo da Terra.


Talvez, os eventos olímpicos sejam uma forma de unir diversas etnias de diversos países a se reunirem de forma igualitária, sem olhar as diferenças de classes sociais e étnicas. Muitos de nós sequer ouvimos falar de muitos países e eles aparecem lá, na cerimônia de abertura mostrando que, mesmo com delegações pequenas, mostrar ao mundo seus atletas junto aos demais é uma certa forma de união e igualdade. É também uma oportunidade de mostrar ao mundo o quanto somos um planeta diversificado, com muitas etnias e culturas. Mesmo até países que sofrem atualmente com guerras civis, pobreza e conflitos políticos, lá estão eles representados, de certa forma, para o evento.

Talvez, enquanto passam os esportes olímpicos, muitos países mais humildes "param" para ver seus atletas representando seus países em diversas modalidades, mesmo estando em situação crítica seja na economia, civil ou política. Talvez, para esses países, as Olimpíadas sejam a única forma de mostrar ao mundo seu país e talvez sua garra, representada pelos atletas. E uma conquista, mesmo sendo uma medalha de bronze, para esses atletas significa a honra e a alegria estampada em seus rostos, mostrando com orgulho, seu país de origem. E todos nós sabemos que muitos desses atletas foram às olimpíadas quase sem apoio financeiro ou sem infraestrutura adequada para treinos. Em tese, chegaram as olimpíadas com muita garra e suor. Esses atletas sim, são dignos de pessoas batalhadoras. Mesmo aquele atleta mais humilde chegando em último numa prova, merece até mais do que aquele que teve apoio financeiro e toda infraestrutura para seus treinos chegando em primeiro.

Aliás, a esse último, conquistar uma medalha poderia ser quase uma obrigação, mas como muitas vezes podem falhar na hora da prova, como qualquer ser humano, é aceitável que eles não consigam resultados expressivos. Mas muitas vezes, vejo que, em certos países, a pressão é demasiadamente exagerada. A começar com os treinamentos puxados desde crianças. Claro, disciplina, dedicação e vontade são essenciais a qualquer pessoa do mundo, não apenas aos atletas, e se começar a desenvolvê-los desde criança, melhor será a postura e determinação dela na vida; mas o que vi em algumas reportagens (claro, podem não ser verídicas) onde mostram crianças de 3 a 7 anos sendo "forçadas" a se exercitarem da mesma forma de um adulto me chocou. Sociedades que têm por ambição criar atletas quase perfeitos para conseguir os melhores resultados já são fatos desde antes até da antiguidade. Autoridades que investem muito em esportes olímpicos é uma atitude louvável, mas a ponto de uma sociedade forçar crianças a fazerem algo exagerado e excessivo é como se fosse fazê-las trabalhar. Muitas delas perdem a infância se dedicando aos treinos e eu fico pensando: até que ponto estamos extrapolando? Como não sou conhecedor nativo daquela cultura, quem sou eu para julgar? Mas meus princípios realmente são outros. E quando essas mesmas crianças se tornam adultos e atletas profissionais e vão aos esportes olímpicos, mas falham na hora H, como imaginar a tamanha dor (do fundo do coração), sabendo que tudo o que foi dedicado na sua vida a tais provas e não conseguem seus objetivos? Realmente é de doer emocionalmente. Mas e mesmos aqueles que ganham medalha, mas não a de ouro e, mesmo assim, choram de tristeza? Será que a pressão da sociedade é grande o suficiente para que os atletas devem ganhar apenas o ouro? Será que quando um país acostumado a ganhar muitas medalhas e, muitas delas, de ouro e chegam alguns de seus atletas e ganham as de prata são mal acostumados e por isso, choram de tristeza? É, acho que aqui também vale aquele pensamento de que "quanto mais se tem, menos se valoriza". Chega a um ponto que a cobrança é tanta que o assunto vira obsessão pelo ouro. E isso é coisa do paradigma do ser humano, que devemos quebrá-lo. O tal "sentimento olímpico" a essas alturas, virou desejo excessivo pela perfeição.

Ah, também tem aqueles casos em que um país gasta horrores num investimento para os eventos olímpicos e voltam praticamente de mãos vazias e depois, a sociedade daquele país estampa na mídia as fotos dos "turistas olímpicos" que voltam ao país sem nenhuma medalha, depois do enorme investimento. Aí alguma coisa está errada. Talvez não apenas por parte das performances dos atletas, mas, provavelmente, mais "afundo da coisa": a gestão desse investimento. Para quem quiser ver um exemplo, clique neste link. Será que a atitude desse país foi correta em expor dessa maneira? Ou foi exagerada? Mas, de qualquer forma, alguma atitude deve ser feita. Isso também vale para uma "certa seleção", na qual, se "investiram" horrores, ganhou status de luxo, não ficando na concentração olímpica e sim só no hotel luxuoso e só se preocupou dois meses antes de iniciar as competições. A seleção rival treinou pelo menos dois anos antes com a mesma formação...

Muitas lições devem ser aprendidas em cada olimpíada que passa. E praticamente, sempre são as mesmas lições: investir seriamente em diversas modalidades esportivas e não ficar só naquela que o povo está acostumado; dedicação desde cedo, sabendo que o investimento é de médio a longo prazo; melhores estruturas para treinamentos; aprender com os países experientes... e principalmente: SEM DESVIOS DE VERBAS OU INVESTIMENTOS FORA DO CONTEXTO!!! Esse último se chama "ética e honestidade". Ao aplicá-las, aí sim teremos não apenas uma boa olimpíadas, mas um bom caráter e seriedade nos compromissos. Que o verdadeiro espírito olímpico seja levado a todos os cidadãos para um país mais justo, próspero e honesto!!!

13 comentários:

  1. Desconheço os motivos, mas se os grandes países investem e forçam tanto suas criancinhas, deve ter algum retorno político-financeiro por trás. Investimento pelo bem do esporte e dos atletas é conto da carochinha. De qualquer forma é agradável assistir as competições. TAmbém gosto das olimpíadas de inverno. Digo isso, mas não assisti praticamente nada desta vez. Sem condições...

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    1. Também não afirmar com certeza os motivos, mas tudo leva a crer que isso seja motivação política, pois econômica é que não é. Olimpíadas geralmente causa mais prejuízo financeiro para um país sede e também para levar uma delegação cara com retorno pífio pelos patrocinadores.

      Deu para acompanhar alguma coisa dessas olimpíadas, mas vou ser sincero; não vibro mais como antes.

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  2. Tava inspirado pra escrever hoje, heim. =D~

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    1. Nem tanto, mas achei um bom tema para postar algo. Afinal, já tinha uma semana que não postava nada.

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    2. Foi uma boa idéia. Como eu só fiquei acompanhando alguns resultados nem tenho como comentar mais.

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  3. Eu ficava pensando nisso principalmente quando via as apresentações de ginástica... O rosto das meninas e dos razes... A expressão de alívio quando acertavam, a espressão devastada quando cometiam erros que nunca cometem nos treinos... O que se passava naquelas cabecinhas? XD

    Fora isso tem o Brasil, com todos esses problemas que vc citou, confiam demais naquilo que é bom, mas conseguem perder jogo de virada, sei lá o que acontece... Como disseram no face, arrasam nos mundiais mas vacilam nas olimpíadas... Acho que tá mais pra comportamento e postura isso.. u.u"

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    1. Eu vejo nessas emoções exacerbadas um reflexo não só da dedicação dispensada, mas também da experiência. Afinal eles são todos jovens e deduzo que quanto mais a gente apanha, mais casca grossa fica.

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  4. Este foi um ano que consegui acompanhar bem as olimpíadas e descobri o óbvio: que eu gosto muito de esporte, rsrsrs. Eu, que sou alguém totalmente avessa à televisão, tenho paciência de ficar duas horas assistindo uma apresentação de ginástica, um jogo de vôlei, provas de atletismo, lutas de judô, natação, enfim.

    Eu acho tudo muito lindo, e acho que é importante investir em esporte (falo das outras modalidades, não de futebol), mas sei também que é o tipo de profissão algo que massacra e judia desde cedo e por todo o tempo que durar a carreira de um atleta - e eu, sinceramente, não sei se o retorno financeiro que existe nisso, mesmo nos países com mais estrutura, é algo que compense tamanho esforço e dedicação.

    Yumi mesmo foi convidada a participar da escola de ginástica artística daqui. O professor me disse que ela tem talento pra isso. Mas eu não tenho coragem, sabe? Acho um sacrifício muito grande e uma vez que se começa nisto, é difícil sair.

    Mas é justamente por reconhecer que são necessários esforço, dedicação e sacrifícios imensos, que admiro e aplaudo muito todos aqueles atletas que estão lá. Só fico p* da vida com o povo do futebol: eles têm toda a estrutura, toda a mordomia, ganham muitíssimo bem, mas apesar de tudo isso (ou talvez por causa disso), parece que não se empenham como poderiam - muito diferente dos demais, que a gente vê que estão ali dando tudo de si.

    E mesmo as críticas que vejo para o pessoal do vôlei masculino, eu achei que são injustas, sabe? Eles batalharam, lutaram, fizeram o que puderam. Parece que foi o psicológico que pegou, gerando uma ansiedade "pré-título". Mas a preparação de um atleta, ou uma equipe, envolve a preparação psicológica também, não é? Os russos, que estavam perdendo, tiveram mais força, foram mais frios e equilibrados, e por isso viraram o jogo e venceram. Ou seja, no "conjunto da obra", eles estavam mais preparados, não só tecnicamente e taticamente, mas psicologicamente também - e isso faz toda a diferença...

    Chega, né? Se não, vira um post dentro do outro, hehehe.

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    1. Que nada, Andréa. Gosto de seus comentários longos. :)

      A nossa "selecinha" não precisa nem discutir, né? rsrs

      Já a do volei masculino, eu acho que se criou muita esperança depois de abrir 2 a 0 e depois veio a decepção da virada. Mas diferente da selecinha, o vôlei têm raça e não tem a mesma mordomia.

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  5. Ah, e a atitude do jornal austríaco que publicou a foto dos "sem-medalha"... Sem comentários, né? Que coisa horrível!

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    1. Eu acho que a atitude foi meio exagerada, mas também não podia passar batido o fato, afinal, a Austria sempre ganhou alguma medalha olímpica e pela primeira vez, voltou sem nada, depois de recorde de investimento daquele país.

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  6. bom.. nao consegui acompanhar direito as Olimpiadas, mas pelo desempenho do Brasil, tem muita coisa a melhorar, principalmente em estrututa aos atletas. Deveria haver mais divulgação de esportes pouco praticados e claro, mais investimentos.

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