28 de mar. de 2022

Filme: O Homem Bicentenário


Filme estrelado por Robin Willians, baseado na obra de Isaac Asimov, exibido em 1999. Atenção, o post tem spoiler, então, se não tiver assistido o filme, sugiro parar de ler este post, a não ser que nem queira vê-lo e apenas quer ler minha pequena análise sobre o filme.

Não cabe aqui descrever um resumo do filme, temos a Wikipedia e várias análises na internet para isso, mas sim, dar a minha opinião sobre o mesmo. Em geral, achei o filme bom na primeira metade da duração, mostrando um robô com algumas feições do ator de forma meio-robótica, meio humana na família do senhor Martin, cuja família ainda quer ter um ambiente mais tradicional numa enorme casa do estilo de arquitetura nos moldes do começo do século XX, mas com um robô-mordomo servindo-os. Achei curioso o robô, cujo deram o nome de Andrew, ficar fascinado com a ideia de "liberdade", assim que começa a ler um monte de livros numa biblioteca particular da casa de Martin (uma analogia de um robô adquirindo conhecimento de forma parecida com um ser humano, mas numa velocidade mais apurada). Lembrete aqui: o filme jamais menciona uma "revolução das máquinas", como muitos achariam quem não tem conhecimento da obra de Asimov, e sim, uma pacífica convivência entre homens e robôs.


Na segunda metade do filme, Andrew já tem seu "corpo robótico" substituído pela pele do próprio ator Robin Willians, que na minha opinião, deixou o filme mais "sem graça", pois a gente já não percebe mais visualmente que o personagem é claramente um robô-android, mesmo com a ótima atuação de Willians ainda encarnando um robô sob pele e carne humana... sei lá, ficou menos chamativo e maior fuga da realidade de um "futuro não tão distante".


Não sei se Asimov, quando criou essa literatura no filme, ele estava numa análise crítica sobre o futuro progressista da sociedade ou se estava imaginando um "ideal" progressista futuro... De qualquer forma, muita coisa do filme realmente é de se refletir como a "alma" construída no robô Andrew, supondo que os robôs poderiam sim substituir integralmente a vida humana na Terra, observando um hipotético "Governo Mundial Igualitário", direitos dos robôs a serem iguais ao humanos em tudo e o sumiço progressivo da tradição e do passado tanto no mundo arquitetônico como no mundo social (família com robôs humanizados, sem filhos, eutanásia legal...). 


Enfim, é um bom filme para fazer uma boa análise crítica sobre como a humanidade poderia caminhar de acordo com interesses de grupos sociais ao redor do mundo, fazendo com os robôs é quem realmente estão preservando a tradição passada, recriando casas da época, estátuas da Idade Antiga, ao fato que o homem quer mais é apagar vestígios do passado, querendo um mundo recriado do zero aos seus interesses atuais.  No filme, claramente, o robô Andrew acaba criando um sentimento mais humano que muitos humanos no mundo, como a "re-libertação" da "escravidão", no caso, os robôs deixando de ser propriedade dos homens, e do robô querer ter sensações humanas como amar, ter prazer e também poder casar e ter filhos, sendo que esse último, pelo menos no filme, ainda seria impossível. E um ponto curioso é que claramente deu para se entender que a Eutanásia foi permitida no futuro do filme (no leito de morte de Andrew e Portcha, a neta da "pequena senhorita"), dando a entender o contexto de mudança aceitável de um paradigma polêmico...


Mas uma das principais características da obra de Asimov é mostrar que o mundo mudou em um progresso tecnológico num contexto de pensamento que ainda o ser humano está resistente em aceitar totalmente as mudanças, vendo que o regresso ao passado não será mais possível, mas sim, manter viva a chama da nossa história, ou seja, a história humana da forma nos robôs que tentam mudar o rumo do futuro, mas preservando o legado histórico humano de alguma forma, tentando contextualizar de que a natureza humana, o homem se auto avaliando, não existe mais no mundo moderno progressista.



2 comentários:

  1. Nussa, esse filme faz séculos que vi.
    Gostei que vc não colocou o resumo dele. Prefiro assim ou no máximo uma passada rápida. Só as opiniões pessoais é melhor.
    Essas coisas me fazem pensar nas consequências de viver pra sempre. Certamente não seria o ideal, mas também acho que nossa vida é muito curta: quando a gente está entendendo um pouco nós mesmos já estamos velhos pra fazer as coisas direito.
    Filme do Robin sempre me lembram que ele se suicidou.
    Chobits forever.

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    1. A gente vai ficar véio e a Chobits continuaria firme e forte, kkk.

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