O país da tecnologia tem superstições milenares. Elas são curiosas, mas todo mundo acredita, pelo menos a maioria dos japoneses sim.
Apesar dos trens de alta velocidade, das novidades tecnológicas e da exportação de supercarros, o Japão é um dos países mais supersticiosos do mundo e isso já vem desde a Idade Antiga e muitas delas, são tão antigas quanto as religiões nacionais xintoísta e budista. Atravessaram os séculos e continuam no Japão moderno com toda força.
Há crenças para quase tudo: desde a posição em que se deve colocar a cama no quarto para não atrair má sorte, até datas favoráveis a casamentos. Algumas, como a de que o número quatro atrai azar, são levadas muito a sério. Dar um presente composto por quatro peças, é considerado uma grande ofensa.
A seguir, algumas superstições japonesas:
Pavor do número quatro
Japoneses têm pavor do número 4. É que a pronúncia do número é a mesma da palavra morte, "shi". Por isso, não estranhe se não encontrar o quarto andar em um prédio, ou se achar a vaga de carro de número quatro vazia. Além disso, alguns hospitais japoneses não têm os números 4, 9, 14, 19, ou 42 nos quartos. "Shi-ni", ou 42, também significa morrer. Já o número 420 lê-se "shi-ni-rei", ou espírito morto. O 24, então, é morte em dobro: "ni-shi".
Números da sorte
Mas os números não trazem apenas mau agouro. Um exemplo é o dia 29 de setembro. A data é muito indicada para começar um namoro, ou marcar o noivado e o casamento. É que a leitura em japonês do número 929 (no país, o mês vem antes da data) é "ku-tsu-ku", que significa “grudar”. Por isso, acredita-se que o casal que oficializa a união nesse dia permanecerá “grudado” para todo o sempre.
Cobra da fortuna
Se em alguma caminhada campestre você se deparar com um pedaço de pele de cobra, pegue-o e guarde na carteira. Segundo os japoneses, o couro do réptil fará com que a pessoa fique rica ou encontre dinheiro. Para eles, o ser rastejante simboliza dinheiro e saúde. Alguns acreditam que a cobra é um animal de Deus. Dizem que ao matá-la, a pessoa perderá dinheiro.
Direção demoníaca
Muitos japoneses ainda acreditam que a posição de uma casa pode influenciar na fortuna que quem irá residir no local. Essa crença é denominada "kaso". Trata-se de uma espécie de "feng shui" do Japão. Um exemplo é o "kimon", ou seja, quando a porta de entrada da casa está posicionada na direção nordeste. Os antigos crêem que o "kimon" atrai o demoníaco monstro "Oni". Até hoje, muitos evitam posicionar a entrada principal da casa nessa direção.
De pauzinhos para pauzinhos
Até hoje, muitos funerais seguem a tradição budista. Nesse dia, o corpo é queimado e, enquanto isso, os convidados fazem uma refeição. Encerrada a cerimônia, os parentes retiram os ossos das cinzas, passando-os de pessoa para pessoa, com o "hashi". Por esse motivo, nas refeições do dia-a-dia, não se deve passar comida de "hashi" para "hashi". Segundo os japoneses, isso traz má sorte.
Deitar como morto
Na hora de decorar seu quarto, lembre-se de não posicionar a cabeceira da cama para o norte. De acordo com os japoneses, somente pessoas mortas são colocadas desse jeito. No Japão, é costume prestar muita atenção ao colocar a cama no quarto ou na hora de estender o edredon para dormir. Essa superstição é denominada "kita-makura" (travesseiro no norte).
Borda do tatami
Para os japoneses, pisar na borda do tatami dá azar. É preciso prestar atenção também na hora de posicionar o tatami no chão. O encontro das bordas não pode formar uma cruz, que remete à morte. É importante medir o espaço e arrumálos de maneira correta. Além do mau agouro, eles consideram pouco elegante colocar o pé nesse local.
Idades turbulentas
Os templos e santuários do Japão costumam receber homens e mulheres que não querem sofrer a maldição do “yakudoshi” (idade da calamidade). A palavra se refere às idades de 42 anos para homens, e 33 para mulheres. Os japoneses acreditam que esse período é crítico e turbulento, por isso os amigos e parentes oferecem uma festa para reunir energia positivas para ajudar a superar as dificuldades do período. No ano seguinte, ou seja, quando a mulher completar 34 e o homem 43, é a vez dos aniversariantes retribuírem a festa. O agradecimento é chamado de "yakubarai" (um tipo de "exorcismo"). Segundo estudiosos, os dois números integram o princípio do Yin e Yan, pois 34 é o contrário de 43 e a soma de 4 + 3 = 7, que é considerado um número místico. Algumas pessoas agradecem com um culto, em vez de festa.
Os japoneses acreditam que dá azar…
- Matar uma aranha de manhã;
- Arrebentar a tira do chinelo, getá, sandália, tamanco e afins;
- Comer tempurá com melancia na mesma refeição;
- Levar um vaso de planta para uma pessoa doente;
- Não jogar sal na porta depois que um mendigo passar por sua casa pedindo esmola;
- Passar por um carro funerário;
- Apontar para um carro funerário, ambulância ou lápide;
- Se a primeira pessoa que encontrar de manhã for um monge budista, você terá um dia ruim;
- Estrear sapatos novos à noite;
- Quebrar o pente;
- Responder a um sonâmbulo.
Superstições de boa sorte:
- Se um passarinho fizer cocô na sua cabeça, isso é sinal de bom presságio;
- Se a primeira pessoa que encontrar de manhã for uma monja, terá um dia de sorte;
- Se o ouvido direito coçar, terá boas notícias.
Algumas crenças muito estranhas:
- Não se deite logo após comer. Você pode se transformar em uma vaca;
- Em uma refeição, não misture enguia com "umê" (ameixa japonesa). Isso pode trazer muito azar;
- Se cortar as unhas à noite, você não estará presente quando seus pais falecerem.
Têm muito mais crenças que se pode imaginar, mas aí o post ficaria muuuuuito extenso... Ainda bem que não sou tão supersticioso assim.
Referência adaptada do site da Gambarê.
Hahahahaha! Eu sabia de algumas dessas, mas é muito, né? :D
ResponderExcluirAdorei o post!
Eu não conhecia a maioria delas. As que conheço devem ser mais brasileiras que orientais.
ResponderExcluirOs japoneses, realmente, são mais supersticiosos que os brasileiros.
ResponderExcluirEm vários hospitais e repartições públicas, não existe o 13o. andar e os quartos com os respectivos números de azar.
O 1o. andar deles é o térreo da gente (mas isso já é convenção e não superstição).
Prezado Elton, quando trabalhei em fábrica como “Chain”, fiz várias viagens com os colegas japoneses. Algumas pela empresa e outras porque eles são receptivos e gostam de mostrar o Japão. Mas não demonstram este lado místico. Mas nos pontos turísticos, percebi várias manifestações nesta lógica. Contudo, acredito que no Brasil, onde a colônia japonesa preserva muito bem a memória e a história do período (EraMeiji), as crendices até ganham maior destaque. Parabéns pela postagem.
ResponderExcluirEste é o quinto comentário, com isso vc deixa de ter 4 comentários e não ninguem mais vai ficar apavorado com o número.. hehe. Pelo que entendi, eles tem superstição com a palavra que representa o 4, 9, etc. Porque se o quarto andar for chamado de quinto, continua sendo o quarto, mas não se tem que pronunciar a "shi". É isso?
ResponderExcluirUfa, ainda bem que vc me salvou. o quatro estava insistindo aqui, e alem disso, é metade de "ocho" hehehe. Brincadeira.
ResponderExcluirOs japoneses nem mencionam quarto andar quando o predio não coloca o 4o andar nos elevadores e placas. Agora num prédio residencial, as que vi têm o 4o. andar normal. Nesse caso, eles pronunciam "YONKAI" (4o. andar)
U-huuu!!! Vaca!!!
ResponderExcluirJaponês é cheio das coisas também. Minha mãe é dessas que não coloca a cabeceira da cama virada para o oeste, onde o sol se põe (ou alguma coisa do tipo).
Aqui no Brasil também tem esses lances de se comer o último pedaço não casa, quebrar espelho dá 7 anos de azar, passar por baixo da escada dá azar, e por aí vai.
Mas tem coisas aí dessa lista que é um exagero... eu mesma devo ter feito um monte de coisas aí e nem tchuns. =P E continuo nem aí... XD