Jogos de beat en' up têm se popularizado bastante recentemente, mesmo depois no fim dos anos 90 ter tido uma queda de popularidade. Dos anos 2010 para cá, surgiram uma repleta seleção de jogos de briga de rua de estúdios pequenos (os chamados jogos indies), na maioria das vezes com estilo tradicional de 2D em "pixel art", como nos clássicos Streets of Rage e Final Fight, e a moda atual é ainda usar gráficos pixelados com designs de personagens "Super Deformed" ou "Nendoroid", isto é, personagens com cabeças grandes e corpos pequenos, que já era tradição nas mídias japonesas no século XX, seja em mangás, animês e games, mas que o público do mundo inteiro começou a gostar também do estilo nas décadas seguintes (só ver a popularidade dos Funko Pops e Q-Boskets).
Porém este jogo The Takeover (que por sinal, criei até uma versão extended da música da 3a fase), apesar de ser claramente inspirado em Streets of Rage, com os personagens lembrando bastante a Blaze, o Axel e uma versão de Max com Rolento, e também a música da primeira fase foi composta pelo lendário Yuzo Koshiro, que lembra muito a música da primeira fase de Streets of Rage 4, é linear com gráficos artísticos em 3D com design de personagens de tamanho real, o que podia classificar como jogo 2,5D. Você nota a renderização dos personagens e inimigos quando você se desloca para o fundo do cenário, com seus personagens diminuindo de tamanho quando vai ao fundo e aumentando de tamanho quando se aproxima da tela, e isso achei bem legal para um jogo beat en' up. Por isso, os gráficos do jogo são um show a parte, mas pena que os personagens não tem carisma alguma...
O áudio é bom, com duas músicas em específico marcantes: a da primeira fase, composta por Yuzo Koshiro e a da terceira fase, que até fiz questão de criar uma versão non-stop para ouvir numa corrida ou malhação, kkk. As músicas em geral dão um clima de pancadaria.
O interessante desse jogo é que temos fases de perseguição de carro, com os carros correndo automaticamente e a gente tem que ficar em cima deles lutando e pulando de carro em carro, além de uma fase do estilo "After Burner" pilotando uma aeronave sobrevivendo nela e disparando tiros e mísseis nos alvos inimigos. Os controles são eficientes, com botão de pulo, soco, chute, corrida, especial (que gasta energia), além de poder sacar armas e atirar nos inimigos à distância, porém com munição limitada; portanto, use-as quando estiver em situações críticas ou em chefes. Tem também o modo Rage, que quando você enche a barra da palavra "Rage" no centro da tela, aperte L3 e você tem golpes mais poderosos e com "berserk" (você não fica atordoado quando sofre golpes), mas possui limite de tempo. E há também uma barra laranja em que quando fica cheia, apertando soco + chute, chama os mísseis para aniquilar todos os inimigos da tela, igualzinho em Streets of Rage 1. Em suma, a variedade de ataques do jogo é ótima.
Já a dificuldade é progressiva à medida que vai avançando de fase. O chato em algumas partes, é que enche de inimigos e você precisa usar bastante o botão de corrida para tentar ajuntar os inimigos em um único ponto para não ser encurralado, caso contrário, você é golpeado várias vezes e perde bastante life. E mais chato ainda é nos chefes em que os capangas aparecem infinitamente até você derrotar cada chefe, e isso se torna irritante. Você precisa focar nos chefes e esquivar dos inimigos, mas tem hora que você precisa bater nos capangas para não te atrapalhar e isso se torna um martírio, já que o chefe te ataca enquanto você bate nos capangas. Ainda bem que os continues são infinitos, mas você aparece no começo de cada sub-nível e não no ponto onde você perdeu a última vida. A última chefe do jogo (sim, é uma mulher) é apelona do car****, além de ficar também aparecendo toda hora a horda dela.
Enfim, tirando as partes chatas do jogo citadas acima e personagens sem carisma, o jogo é bastante interessante, especialmente para jogar em dupla que ficaria mais fácil para mim que joguei sozinho. Ao zerar o game, você pode liberar dois novos lutadores. Takeover pode não ser canônico como foi com o novo TMNT Shredder's Revenge ou mesmo com o Streets of Rage 4. Se quer apenas sentar na porrada em um jogo diferente dos tradicionais, experimente The Takeover; a jogabilidade e os gráficos são seus pontos fortes.
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