Após assistir as três primeiras temporadas de Cobra Kai aqui e aqui, tive uma enorme espera até chegar finalmente ao fim da série, na 6a temporada. Desde 2020 comecei a assistir e ficava cada vez mais angustiado e furioso com o desenrolar da série, que já mostrei nos posts anteriores, com enrolações, trocas de dojôs dos garotos, intrigas, brigas e ciúmes entre eles... e assim vai, parecendo uma novela "a la Malhação", mas com lutas. Mas pelo menos a espera valeu a pena porque pude maratonar as três últimas temporadas e me livrar da curiosidade do final da série.
Claro, os dois protagonistas Daniel e Johnny sempre com suas picuinhas, aproximações e afastamentos, me faziam ficar com raiva com as atitudes de ambos, valendo também para os garotos alunos deles. Mas com mais personagens aparecendo vindo dos três primeiros filmes de Karatê Kid, começa a fica mais interessantes. Daí é que eu quis acompanhar a série Cobra Kai, pois eu curti os três filmes da década de 80 e início de 90, apesar do 3o filme ter sido o mais fraco e o 2o filme não ser ótimo como o primeiro.
Porém confesso que mesmo ainda tendo momentos de angústia e raiva da série, houve momentos que acabei me emocionando, principalmente nas reconciliações, lições de vida dos protagonistas e afins. Outro ponto positivo é a inclusão de certas músicas clássicas dos anos 80 do próprio filme Karatê Kid, além dos filmes Rocky e Top Gun. Além disso, a aparição de Terry Silver, outro sensei vilão do 3o filme deixou a série mais agitada, mostrando o caráter mascarado e trapaceiro do mesmo, com auxílio da sua riqueza, mostrando o quanto esse antagonista conseguia manipular as pessoas, até mesmo os protagonistas de forma antecipada e inteligente, deixando muitos mistérios no que poderia acontecer nos próximos episódios.
Ah sim, o antagonista do 2o filme, Chozen, agora aparece como aliado de Daniel-san para enfrentar Kresse e Silver que dominam completamente o Cobra Kai, com desejo de querer fazer do dojô o mais famoso do mundo, especialmente para Silver, que é um personagem ambicioso que fará de tudo para conseguir o objetivo, incluindo trapaças como suborno a juízes e capangas. Mas Chozen, mesmo sendo um habilidoso carateca e bons ensinamentos, é meio debochado e ingênuo. Mas teve personagens que podiam ser melhor aproveitados, como o Mike Barnes, que apareceu pouco, mas era um personagem importante no 3o filme sendo o rival do Daniel, nem apareceu mais nos últimos episódios, deixando no ar o que aconteceu com ele.
Também teve breve aparição do pai biológico de Miguel no começo da 4a temporada, que vive como um mafioso rico no México, cujo Miguel foi tentar descobrir onde seu pai estava, teve alguma relação entre os dois sem o pai do Miguel saber que ele era seu filho biológico. Miguel se despediu dele e depois nunca mais a série o mencionou, e eu esperando que o pai dele ainda fosse aparecer mais para frente... Mas as angústias e raivas continuaram firme e forte no resto da série, com junções, separações intercaladas, agora envolvendo mais personagens (colegas de classe do filho de Daniel) e com uma pequena maior aparição relevante do filho caçula de Daniel, mas continuando sendo não tão importante na série.
Agora uma coisa absurda que achei foi esse tal torneio mundial "Sekai Taikai" (que pareceu um pouco daqueles torneios do filme O Grande Dragão Branco) realizado em Barcelona. Na vida real, jamais teria um torneio onde aconteceu uma briga generalizada entre os participantes e os senseis de cada dojô, sendo transmitida ao vivo em todo mundo... e sem nenhuma autoridade policial aparecer??? E pior, testemunhar uma morte de um participante durante essa briga generalizada, para meses depois ser realizada novamente na cidade de All Valley sem mais nem menos???? Bom, considerando uma série fictícia, tento relevar isso, mas que ficou esquisito ficou. Outra atitude questionável do torneio é permitir a "troca-troca" de oponentes dos dojôs e até mesmo de sensei, durante a competição. Deu uma sensação de "trapaça legalizada", sendo que o dojô "Iron Dragon" e outros secundários não mudaram de lutadores...
Os produtores continuaram fazendo aquela jogada de final de cada episódio com algum momento dramático, mas que no episódio seguinte não era assim tão dramático, deixando o expectador com angústia de espera do que vai acontecer para que depois que finalmente passa o capítulo seguinte, o desfecho dramático não era assim tão dramático dando uma certa reviravolta de momento... mas qualquer sitcom americano não é assim?
Uma coisa boa do filme é que as aparições breves do Johnny jovem e do Sr. Miyagi feitas com inteligência artificial até que ficaram convincentes, mas ainda não são perfeitas, dando para perceber ainda uma animação de computação gráfica e não atores reais, entretanto, o aperfeiçoamento das IAs para isso está ficando bacana, podendo realmente num futuro talvez não tão distante, que a IA comece a predominar dentro dos personagens de filmes e séries.
Pelo menos o final da série fechou bem para os principais protagonistas, apesar de ser bem previsível, com o "ex-fracassado" Johnny Lawrence vencendo o campeonato mundial reconquistando de forma triunfante o Cobra Kai, que agora é um dojô aliado do Miyagi-Do (Daniel vestindo o uniforme preto do Cobra Kai no último episódio foi inusitado). A série me deixou emocionado em vários momentos sim, confesso, mas não tira o revés dos problemas que citei acima. Não achei que foi perda de tempo assistir Cobra Kai, mesmo porque eu curti Karatê Kid na época e conheci os personagens da trilogia dos anos 80, mas a sensação que tive foi mesmo de alívio por ter visto uma história que poderia ter menos temporadas porque muita coisa foi enrolação de sentimentos, angústia, nervosismo e fúria por parte dos personagens... e por que não dos telespectadores? Essa série só é recomendada para quem viu a trilogia Karatê Kid e gostou; do contrário, pode passar batido. Três "shuristas" porque vi os filmes e conheci o desfecho dos personagens dos filmes que apareceram na série... digo, quase todos os personagens.
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