11 de jul. de 2011

A Questão das Usinas Nucleares

A questão das usinas nucleares tem sido alvo de muita polêmica já há muito tempo atrás. E fato agora que se intensificou ainda mais agora devido ao acidente nuclear da Usina de Fukushima em março deste ano. E, de quebra, reacendeu a questão da usina de Chernobyl.

Todo mundo sabia dos riscos em implementar usinas nucleares. A toxidade dos materiais radioativos é uma das mais devastadoras, podendo levar à morte do indivíduo em questão de dias por câncer super-agressivo. Apesar de testes tecnológicos e aperfeiçoamento no nível de segurança na questão de radiação nuclear, quando acontece um, muitas vezes é de nível grave e trágico na maioria das vezes. Com relação ao vazamento nuclear da usina de Fukushima Daiichi, após 4 meses desde o acidente (terremoto e tsunami), a solução de contenção do vazamento radioativo da usina ainda está longe de uma solução. A região da usina, num raio de 30 km está isolada e não se sabe o dia em que tal região possa ser segura novamente para a população. OBS: na região de Chernobyl, até hoje está completamente abandonada, mesmo após 25 anos desde o acidente (veja algumas fotos aqui). Claro, o acidente da usina de Fukushima foi bem menos grave que o de Chernobyl, e por enquanto, as consequências foram bem menores, mas órgãos mundiais já classificaram o acidente nuclear de Fukushima praticamente no mesmo patamar do de Chernobyl.

Apesar dos riscos inerentes em implementação das usinas nucleares, tais usinas ainda são muito utilizadas mundo afora, principalmente nos Estados Unidos, na Europa e no próprio Japão, por vários motivos. Um deles é o seu enorme potencial energético, pois as usinas nucleares ainda são as mais potentes que o homem já criou, com capacidade energética igual a das usinas termoelétricas e das hidrelétricas, mas utilizando menos espaço físico e sem dependência de combustível fóssil. Daí, uma das razões do Japão ainda depender das usinas nucleares para se auto-sustentar. Só para ter uma ideia, lá, as usinas nucleares representam 30% da geração de energia elétrica no país. E na França ainda mais: 78% da energia do país provém das usinas nucleares.

Como tinha dito antes, uma grande vantagem das usinas nucleares é a não-utilização de combustíveis fósseis (oposto da termoelétrica) e de não necessitar o alagamento de grandes áreas para a formação dos lagos de reservatórios, evitando assim a perda de áreas de reservas naturais ou de terras agriculturáveis, bem como a remoção de comunidades inteiras das áreas que são alagadas (contrário da hidrelétrica).

Aí fica o dilema: como resolver essa questão das usinas? Após o acidente da usina de Fukushima, protestos e mais protestos ocorrem mundo afora contra tais usinas, principalmente no Japão. Entretanto, o Governo Japonês parece ainda estar reluntante, pois sabe que, acabando imediatamente com as usinas nucleares, o país corre o risco muito sério de haver forte escassez energética, comprometendo toda a infra-estrutura do país (fechamento de fábricas, diminuição drástica nos serviços, consumo freado e entre outras coisas). Atualmente, o Japão está passando por um dos maiores racionamentos energéticos de todos os tempos por causa do acidente. Desligamento dos ar-condicionados, diminuição de tempo de fabricação nas indústrias e suspensão de mega-eventos.

Solução? Com a tecnologia que temos atualmente, apesar do progresso de outra fontes de energia, como eólica, solar e bio-combustível, ainda não temos tecnologia suficiente para simplesmente implementá-los, substituindo as nucleares. E o custo ainda é exorbitante. E mesmo que tais fontes alternativas sejam ecologicamente corretas, elas ainda são insuficientes na capacidade de geração de energia comparando com as nucleares. As hidrelétricas e as termoelétricas são as que dominam ao redor do mundo, mas estas têm problemas de sustentabilidade e de meio-ambiente, gerando poluição atmosférica (termoelétricas) e devastando áreas nativas (hidrelétricas).

Enquanto a Alemanha decidiu acabar com suas usinas nucleares, países como a França ainda mantém firme seu uso. Até o Brasil, que tem duas usinas nucleares (Angra 1 e 2), vai implementar uma terceira usina (Angra 3).

Por enquanto, estamos ainda nessa divisão de opiniões sobre as usinas nucleares. Mas acredito que elas possam ser realmente substituídas no futuro, mas isso só irá acontecer aos poucos de forma bem gradativa. Estamos progredindo sim com as pesquisas de fontes alternativas sustentáveis de geração de energia, mas enquanto não vem a solução definitiva, ainda temos que contar com que temos atualmente e cuidar da manutenção e prevenção para evitar mais desastres. Mas caso aconteça algum acidente de nível alto, teremos que estar preparados para isso.

É sempre importante saber levantar as questões dos prós e contras de cada tipo de usina. E, claro, evitar ao máximo o desperdício. Pensemos nisso.

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